"O espetáculo é uma permanente Guerra do Ópio para fazer com que se aceite identificar bens as mercadorias; e conseguir que a satisfação com a sobrevivência aumente de acordo com as leis do próprio espetáculo." (Guy Debord)
Em 2016 o Brasil sediará o maior evento esportivo mundial, as olimpíadas Rio 2016 na capital carioca. São grandes as expectativas tanto dos empresários brasileiros, quanto do capital internacional em relação aos lucros e dividendos esperados da realização deste megaevento esportivo. Contraditoriamente, em meio às luxuosas e bilionárias instalações dos equipamentos e infra estrutura para a Rio 2016, o país convive atualmente com uma miséria quando se refere às instalações esportivas de escolas, universidades e centros esportivos públicos. Não estamos nos referindo aqui somente às instalações esportivas com o fim único na formação de atletas de alto rendimento ou unicamente para aquisições de medalhas olímpicas, aliás, não se pode medir a democratização, a qualidade e o acesso aos esportes tão somente pelo ranking de medalhas dos países divulgados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).
Na realidade, tais números podem esconder a verdade em relação à efetividade das políticas públicas esportivas de um país. O importante é analisar qualitativamente a relação entre a população e o acesso ao esporte como parte e elemento fundamental da cultura corporal humana, ou seja, na verdadeira promoção do esporte como garantia e direito de toda a população. Neste quesito, o Brasil talvez esteja de fato nas últimas colocações, pois nossa sociedade, além de ser excluída do lazer, da mobilidade, da moradia digna, do sanamento básico, da educação de qualidade, também não tem acesso ao esporte como direito social. Um exemplo claro desta triste realidade são as condições atuais das faculdades (licenciatura e bacharelado) dos cursos de educação física no Brasil, que formam os nossos professores, com instalações precárias e sucateadas, onde as aulas ocorrem sem condições mínimas de realização das práticas e atividades pedagógicas exigidas pelos cursos de de educação física.
A Universidade Estadual de Goiás, atualmente possui 4 cursos de educação física, localizados em distintas cidades do estado. Em Goiânia, capital do estado de Goiás, existe o campus mais antigo da UEG, chamado de ESEFFEGO, que possui o curso em licenciatura ampliada em educação física nos turnos matutino e vespertino, porém, as estruturas degradadas, deterioradas e sem manutenção, além de comprometerem as próprias aulas, chegam até mesmo a colocarem a saúde e a vida de professores e alunos em risco (Veja os vídeos sobre a UEG-ESEFFEGO postados nesta página).
O campus UEG - ESEFFEGO foi fundado no ano de 1962, e após esta data nunca passou por nenhuma reforma se quer, demonstrando o descaso e o descompromisso dos entes públicos com a educação e com o esporte. Ginásios esportivos com pisos danificados, piscina com estrutura física comprometida, salas de aula repletas de goteiras, academias com aparelhos obsoletos e danificados, pista de atletismo sem emborrachamento e campo de futebol totalmente degradado. Esta é atual realidade da maior faculdade de educação física do estado de Goiás, a chamada ESEFFEGO, com mais de 600 alunos matriculados (educação física e fisioterapia), porém sem condições mínimas de funcionamento.